O Furacão Milton e procedimentos de saúde: quais são as principais ocorrências e necessidades de saúde da população afetada?
- Carlos Felipe
- 18 de out. de 2024
- 5 min de leitura
Sabemos que não temos furacões no Brasil, mas com o aumento disruptivo do impacto do Furacão Milton nos Estados Unidos, trouxemos para vocês um post completo sobre os principais impactos de um furacão desta magnitude nos sistemas de saúde.
A cada ano, furacões como o Milton causam devastação em larga escala, levando à necessidade urgente de assistência médica e reorganização dos sistemas de emergência. Vamos explorar as principais ocorrências médicas durante esses eventos, os traumas mais comuns e as maiores dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde.
O que é o Furacão Milton?
O Furacão Milton foi uma tempestade de categoria 4 que atingiu a costa leste dos Estados Unidos recentemente, causando grandes danos e afetando milhões de pessoas. Este furacão trouxe ventos extremamente fortes, chuvas torrenciais e inundações, criando um cenário de emergência e caos.
Com um impacto devastador sobre a infraestrutura, Milton não apenas destruiu cidades, mas também deixou rastros de danos no sistema de saúde, sobrecarregando hospitais, profissionais de saúde e equipes de resgate.
Os furacões são eventos naturais que causam uma série de traumas e acidentes em massa. O impacto direto dos ventos e inundações provoca acidentes graves que requerem atenção médica imediata.
1. Traumas contundentes
Desabamentos: A força dos ventos pode derrubar estruturas, levando ao desmoronamento de casas, prédios e galpões. Isso provoca traumas contundentes como fraturas, lesões na coluna e traumatismos cranioencefálicos.
Objetos voadores: Telhas, destroços e árvores arrancadas são frequentemente arremessados pela força do furacão, atingindo pessoas e causando lacerações, fraturas expostas e lesões nos órgãos internos.
2. Afogamentos
As inundações são uma das maiores causas de mortalidade durante furacões. Rios transbordam, estradas alagam e as pessoas podem ser arrastadas pelas correntes, resultando em afogamentos. Muitas vezes, as águas estão contaminadas, aumentando o risco de infecções graves.
3. Choques elétricos
Linhas de energia derrubadas pela tempestade, combinadas com inundações, criam um cenário perigoso, onde muitas pessoas são eletrocutadas ao entrar em contato com água eletrificada.
4. Exaustão por calor e desidratação
Com a destruição da infraestrutura, o fornecimento de água e eletricidade pode ser interrompido por dias ou até semanas. Isso resulta em pessoas desidratadas, especialmente idosos e crianças, que são mais vulneráveis. O calor excessivo durante a recuperação dos furacões pode levar à exaustão pelo calor e choque térmico.
5. Queimaduras
Explosões de gás, incêndios domésticos e acidentes com geradores portáteis que funcionam a gasolina são comuns durante furacões. Esses incidentes resultam em queimaduras de vários graus que sobrecarregam as unidades de pronto atendimento.
Desafios enfrentados pelos sistemas de saúde durante um furacão
Os profissionais de saúde e os sistemas de emergência enfrentam grandes desafios logísticos e operacionais durante e após um furacão.
Estes incluem:
1. Sobrecarga dos hospitais e centros de atendimento
A demanda por atendimento médico aumenta exponencialmente durante furacões, enquanto muitos hospitais ficam danificados ou operam com capacidade reduzida. O acesso a medicamentos, água limpa e equipamentos médicos pode ser seriamente comprometido.
2. Falta de suprimentos e medicamentos
As cadeias de suprimentos de medicamentos e equipamentos médicos são interrompidas, dificultando o atendimento adequado dos pacientes. Além disso, o transporte de novos suprimentos pode ser inviabilizado devido a estradas destruídas e aeroportos fechados.
3. Restrições de mobilidade
Ambulâncias e equipes de resgate podem ter dificuldade de locomoção em áreas afetadas por alagamentos ou detritos, atrasando o socorro a vítimas graves. Em muitos casos, as equipes de resgate também estão expostas a riscos, como quedas de árvores e postes elétricos.
4. Aumento de doenças infectocontagiosas
As inundações frequentemente causam surtos de doenças infecciosas, como leptospirose, hepatite A e doenças gastrointestinais. A proliferação de mosquitos após o furacão também pode aumentar a incidência de doenças transmitidas por vetores, como a dengue e a malária em países endêmicos.
5. Cuidados de longo prazo para pacientes crônicos
Pacientes que precisam de cuidados contínuos, como os que estão em diálise, tratamentos de câncer ou com necessidades de suporte ventilatório, ficam em uma situação de risco, já que hospitais e clínicas podem estar fechados ou sobrecarregados. A interrupção do tratamento pode agravar doenças pré-existentes.
Como os sistemas e profissionais de saúde podem se preparar para algo como um furacão?
A preparação é essencial para que os profissionais de saúde enfrentem os desafios trazidos por um furacão.
Algumas medidas fundamentais incluem:
1. Planos de contingência hospitalar
Os hospitais devem ter planos de contingência que garantam a continuidade dos serviços essenciais, como unidades de emergência, suporte ventilatório e fornecimento de energia elétrica. Isso inclui o armazenamento de suprimentos de emergência, medicamentos e combustível para geradores.
2. Treinamento de emergência
Equipes de saúde devem ser treinadas regularmente para responder a situações de catástrofe, garantindo uma resposta rápida e coordenada. Simulações e exercícios de evacuação ajudam a preparar os profissionais para atuar em situações de caos.
3. Comunicação eficiente
A comunicação entre hospitais, ambulâncias e equipes de resgate é fundamental. Ferramentas de comunicação alternativas, como rádios e sistemas satelitais, devem estar disponíveis em caso de falha das redes de telefonia móvel.
4. Assistência psicológica
Além dos traumas físicos, muitos sobreviventes de furacões sofrem com o impacto psicológico do evento. Profissionais de saúde mental são essenciais para oferecer suporte a pacientes que enfrentam ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Principais estratégias de prevenção e redução de riscos
Embora os furacões sejam inevitáveis, existem medidas que podem ser tomadas para minimizar os riscos à saúde da população:
1. Evacuação planejada
Antes da chegada de um furacão, as autoridades locais devem implementar evacuações organizadas, dando prioridade a idosos, pessoas com deficiências e pacientes com doenças crônicas que necessitam de cuidados contínuos.
2. Fortalecimento das infraestruturas hospitalares
Hospitais localizados em áreas vulneráveis a furacões devem ser construídos ou reformados para resistir a ventos fortes e inundações. Instalações médicas em locais seguros ajudam a garantir que os serviços de saúde possam continuar funcionando durante e após o evento.
3. Educação comunitária
Campanhas de conscientização são fundamentais para preparar a população sobre como se proteger antes, durante e após um furacão. Isso inclui instruções sobre evacuação, primeiros socorros e a importância de não entrar em contato com águas de enchentes.
O impacto dos furacões nos sistemas de saúde é vasto e complexo. Eventos como o Furacão Milton não apenas devastam a infraestrutura, mas também criam uma grande sobrecarga para os sistemas e profissionais de saúde. Os traumas, as doenças e os desafios logísticos tornam esses eventos especialmente críticos para o sistema de saúde.
Em um mundo onde os desastres naturais estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos, é fundamental que os profissionais de saúde e os sistemas hospitalares estejam prontos para responder rapidamente e de forma eficaz a crises como essa.