Calculadora de eixo elétrico - Eletrocardiograma
- Carlos Felipe
- 11 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 11 de dez. de 2024
Prováveis etiologias de desvios em eixo elétrico cardíaco:
Desvio à esquerda
O desvio do eixo elétrico à esquerda ocorre quando o vetor de despolarização ventricular se desloca para o lado esquerdo do coração. Este desvio é geralmente considerado anômalo e pode estar associado a várias condições clínicas, incluindo:
Hipertrofia ventricular esquerda (HVE): A HVE é a principal causa de desvio à esquerda, frequentemente causada por hipertensão crônica não tratada ou doenças das válvulas cardíacas (como estenose aórtica).
Infarto do miocárdio anterior: A necrose do músculo cardíaco pode alterar a direção do vetor elétrico.
Bloqueio de ramo esquerdo (BRE): O bloqueio da condução no ramo esquerdo do feixe de His resulta em atraso na despolarização do ventrículo esquerdo, o que pode causar desvio para a esquerda.
Doenças valvulares: Como a estenose aórtica ou a insuficiência mitral, que sobrecarregam o ventrículo esquerdo e podem alterar o vetor de despolarização.
Cardiopatias isquêmicas: Como o infarto do miocárdio, que afeta a área anterior ou superior do ventrículo esquerdo.
No ECG, o desvio à esquerda é geralmente definido por um eixo entre -30º e -90º. Esse desvio pode ser leve ou mais acentuado, dependendo da gravidade da condição subjacente.
Desvio à direita
O desvio do eixo elétrico à direita ocorre quando o vetor de despolarização se move para a direita do coração. Este tipo de desvio também pode ser um indicativo de várias condições clínicas e é comumente associado a:
Hipertrofia ventricular direita (HVD): Pode ser causada por condições como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hipertensão pulmonar ou doenças das válvulas cardíacas, como a insuficiência pulmonar.
Embolia pulmonar: A obstrução arterial pulmonar pode aumentar a pressão no ventrículo direito e causar desvio do eixo elétrico.
Bloqueio de ramo direito (BRD): O bloqueio do ramo direito do feixe de His pode retardar a despolarização do ventrículo direito, causando um desvio para a direita.
Cardiopatias pulmonares: Doenças pulmonares como a DPOC, fibrose pulmonar e apneia obstrutiva do sono podem alterar o equilíbrio de pressão nos ventrículos.
Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW): Em alguns casos, a presença de uma via acessória de condução pode alterar o vetor de despolarização ventricular, resultando em desvio à direita.
O desvio à direita é definido por um eixo entre 90º e 180º no ECG. Embora o desvio à direita possa ser observado em pessoas saudáveis, especialmente em jovens ou atletas, um desvio acentuado ou com sinais de gravidade associados pode ser indicativo de uma condição clínica importante.
Indeterminado (desvio extremo de eixo)
O desvio extremo de eixo elétrico, também conhecido como eixo elétrico indeterminado, ocorre quando o vetor de despolarização se desloca para posições muito afastadas das áreas típicas (geralmente para os quadrantes extremos do gráfico do ECG).
Isso é indicado por um eixo superior a 180º ou abaixo de -90º, levando a um eixo entre -90º e -180º. As possíveis causas incluem:
Infarto transmural: infarto miocárdico extenso, que afeta grandes áreas do músculo cardíaco, pode mudar significativamente a direção do vetor elétrico, por morte celular ou atrasos condutivos.
Bloqueio de ramo completo (bilateral): o bloqueio de ramo esquerdo e direito simultâneo pode causar um desvio extremo, pois o impulso elétrico precisaria contornar as áreas bloqueadas. Isso gera uma alteração importante no vetor final.
Cardiopatias graves: como a miocardiopatia dilatada avançada (aumento ventricular concêntrico, onde a parede miocárdica aumenta com perda de volume interno) ou a doença cardíaca congênita que alteram as condições elétricas do coração de forma significativa.
Condutos anormais: presença de arritmias ou outras condições que afetam a propagação do estímulo elétrico, como a síndrome de Wolff-Parkinson-White com múltiplas vias acessórias.
Malformações cardíacas: alterações estruturais do coração, como defeitos no septo ventricular, podem levar a desvios extremos.
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