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Bradi e Taquicardias Fetais: Causas, Diagnóstico e Manejo Clínico

As alterações na frequência cardíaca fetal (FCF), como bradicardias e taquicardias, são achados importantes na monitorização pré-natal e intraparto. Esses distúrbios podem indicar adaptações fisiológicas ou condições patológicas que exigem intervenção médica imediata para proteger o bem-estar do feto.


Neste post, você aprenderá:


Gestante segurando blocos na mão, onde se lê a palavra boy (menino, em inglês)

O que são bradicardia e taquicardia fetais?


A frequência cardíaca fetal normal varia entre 110 e 160 batimentos por minuto (bpm). Alterações fora desse intervalo, mantidas por mais de 10 minutos, são classificadas como:


  1. Bradicardia Fetal:

    • FCF (BCF) < 110 bpm.


  2. Taquicardia Fetal:

    • FCF (BCF) > 160 bpm.


Essas alterações podem ser transitórias (associadas a estímulos ou eventos pontuais) ou sustentadas (indicando condições patológicas).



Fisiopatologia das alterações na FCF (BCF)


A frequência cardíaca fetal é modulada pelo sistema nervoso autônomo, que responde a estímulos internos e externos:


  1. Sistema nervoso simpático:

    • Aumenta a frequência cardíaca.

    • Predominante em condições de hipóxia compensada ou estímulo externo.


  2. Sistema nervoso parassimpático:

    • Reduz a frequência cardíaca.

    • Predominante em hipóxia severa ou estímulo vagal.


Causas de bradicardia fetal


A bradicardia fetal é frequentemente um sinal de sofrimento fetal ou comprometimento do oxigênio.


1. Causas maternas


  • Hipotensão materna:

    • Ex.: após anestesia raquidiana ou hemorragia.


  • Hipóxia materna:

    • Causada por doenças respiratórias ou hipoventilação.



2. Causas fetais


  • Compressão do cordão umbilical:

    • Redução transitória do fluxo sanguíneo.


  • Prolapso de cordão umbilical:

    • Interrompe o suprimento de oxigênio ao feto.


  • Doenças cardíacas congênitas:

    • Ex.: bloqueio atrioventricular completo associado ao lúpus materno.



3. Fatores intraparto




Causas de Taquicardia Fetal


A taquicardia fetal pode refletir resposta ao estresse, inflamação ou distúrbios metabólicos.


1. Causas maternas


  • Febre materna:

    • Comum em infecções como corioamnionite.


  • Hipertiroidismo materno:

    • Estímulo excessivo do metabolismo fetal.


  • Uso de Medicamentos:

    • Ex.: betamiméticos para tocolíticos.



2. Causas fetais


  • Infecções fetais:

    • Ex.: sepse ou enterocolite.


  • Hipóxia crônica:

    • Estímulo compensatório do sistema nervoso simpático.


  • Arritmias cardíacas:

    • Ex.: taquicardia supraventricular fetal.


3. Fatores intraparto


  • Hipervolemia Fetal:

    • Em transfusão feto-fetal ou isoimunização.



Diagnóstico de bradicardia e taquicardia fetais


O diagnóstico é baseado na monitorização da frequência cardíaca fetal (FCF) durante o pré-natal ou intraparto.



1. Monitorização eletrônica fetal (CTG)


  • Identifica e registra variações na FCF.

  • Bradicardia sustentada: < 110 bpm por mais de 10 minutos.

  • Taquicardia sustentada: > 160 bpm por mais de 10 minutos.


2. Ultrassonografia fetal


  • Avaliação da função cardíaca fetal e fluxo sanguíneo em tempo real.



3. Ecocardiografia fetal


  • Indicada em casos de suspeita de cardiopatias congênitas ou arritmias.



4. Exames complementares


  • Gasometria fetal (se possível): Avalia acidose fetal em casos de sofrimento agudo.


  • Perfil Biofísico Fetal (PBF): Identifica sinais de comprometimento fetal.



Manejo clínico


O manejo depende da causa e da gravidade da alteração na FCF.


Bradicardia fetal


  1. Condutas Iniciais

  2. Reposicionamento Materno: Lateral esquerdo para melhorar o fluxo sanguíneo uteroplacentário.

  3. Oxigenação Materna: Suplementar com máscara.

  4. Interromper Ocitocina: Se houver hiperestimulação uterina.

  5. Casos Graves (FCF < 60 bpm)

  6. Intervenção Rápida: Parto imediato, via cesariana, se a condição não melhorar.



Taquicardia fetal


  1. Controle de fatores maternos

  2. Redução de febre: Uso de antipiréticos em febre materna.

  3. Correção de hipertireoidismo: Ajuste de medicamentos maternos.

  4. Infecções fetais

  5. Antibioticoterapia materna: Tratar infecções intrauterinas como corioamnionite.

  6. Arritmias fetais

  7. Medicação intraútero: Administração de antiarrítmicos via mãe (ex.: digoxina, sotalol).

  8. Monitoramento intensivo: Ultrassonografias seriadas e CTG.



Prognóstico


  • Bradicardia transitória: Geralmente associada a compressão de cordão e resolvida com medidas simples.

  • Bradicardia ou taquicardia sustentadas: Indicadores de sofrimento fetal e risco de complicações neurológicas ou óbito fetal se não manejadas adequadamente.


As bradicardias e taquicardias fetais são sinais de alerta que requerem avaliação imediata e intervenções direcionadas. Identificar a causa subjacente e agir rapidamente é essencial para garantir a segurança do feto e prevenir complicações graves.


Médicos e estudantes devem estar atentos às variações da frequência cardíaca fetal e preparados para adotar condutas rápidas e baseadas em evidências.

 
 

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