Método de Hadlock: um guia completo para estimativa de peso fetal
Afinal, o que o método de Hadlock significa?
O método de Hadlock é amplamente reconhecido como uma das técnicas mais precisas e confiáveis para estimar o peso fetal durante a gestação. Baseado em medições ultrassonográficas, esse método revolucionou o acompanhamento pré-natal, permitindo aos médicos avaliar o crescimento e o desenvolvimento fetal com maior precisão.
Neste post, exploraremos em detalhes a calculadora de Hadlock, sua história, importância clínica, usos, valores de referência e como ele auxilia na prática obstétrica moderna.
História do método de Hadlock
O método de Hadlock foi desenvolvido nos anos 80 pelo Dr. Frederick P. Hadlock e sua equipe, com base em estudos rigorosos envolvendo populações gestantes. Antes do advento desse método, a estimativa de peso fetal era frequentemente baseada em palpação abdominal, experiência clínica e medições rudimentares, o que resultava em margens de erro importantes.
Dr. Hadlock propôs um modelo baseado em medições ultrassonográficas específicas, como o diâmetro biparietal (DBP), a circunferência abdominal (CA), o comprimento do fêmur (CF) e a circunferência cefálica (CC). Essas variáveis foram integradas em equações matemáticas que correlacionam os dados ultrassonográficos ao peso fetal estimado.
Importância do método de Hadlock
1. Monitoramento do crescimento fetal
A principal aplicação do percentil de Hadlock é o monitoramento do crescimento fetal. Ele ajuda a identificar condições como:
Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR): Quando o peso fetal está abaixo do percentil esperado para a idade gestacional.
Macrossomia fetal: Quando o peso fetal estimado excede 4.000-4.500 g, dependendo do contexto clínico.
2. Planejamento do parto
A estimativa precisa do peso fetal é essencial para determinar a melhor via de parto. Pesos muito altos ou baixos podem aumentar os riscos de complicações durante o trabalho de parto, como distócia de ombro ou necessidade de cesariana.
3. Avaliação do bem-estar fetal
Em combinação com outras ferramentas, como o perfil biofísico fetal e a avaliação do líquido amniótico, o método de Hadlock fornece informações críticas sobre o bem-estar fetal.

Como funciona o método de Hadlock?
O método utiliza fórmulas específicas que combinam medições ultrassonográficas para calcular o peso fetal estimado (PFE).
As principais variáveis utilizadas são:
Mede a distância entre os ossos parietais do feto.
Representa o crescimento cefálico.
2. Circunferência Cefálica (CC)
Mede o perímetro ao redor da cabeça fetal.
Considerado menos influenciado por variações no formato da cabeça.
Mede o perímetro abdominal do feto.
Fortemente correlacionada com o peso fetal, pois reflete o tecido adiposo e o volume hepático.
4. Comprimento do Fêmur (CF)
Mede o comprimento do maior osso do corpo fetal.
Indicador importante de crescimento longitudinal.
Fórmulas utilizadas por Hadlock para estimativa
As fórmulas desenvolvidas por Hadlock variam dependendo das combinações de parâmetros ultrassonográficos utilizados. As mais comuns incluem:
Esta é a fórmula mais completa, considerada a mais precisa.
log10(PFE)=1.326−0.00326×CA×CF+0.0107×CC+0.0438×CF+0.158×DBP\log_{10}(PFE) = 1.326 - 0.00326 \times CA \times CF + 0.0107 \times CC + 0.0438 \times CF + 0.158 \times DBP
Fórmula 2: CA e CF
Utilizada quando algumas medições não estão disponíveis.
log10(PFE)=1.304+0.05281×CA+0.1938×CF−0.004×CA×CF\log_{10}(PFE) = 1.304 + 0.05281 \times CA + 0.1938 \times CF - 0.004 \times CA \times CF
Valores de referência para o peso fetal estimado
Os valores de referência do peso fetal estimado variam de acordo com a idade gestacional. Abaixo estão os percentis comuns usados para acompanhamento, na tabela de Hadlock:
Idade Gestacional (IG) | PFE Percentil 50 (g) | PFE Percentil 90 (g) |
20 semanas | 300 | 400 |
28 semanas | 1.100 | 1.400 |
32 semanas | 1.800 | 2.200 |
36 semanas | 2.500 | 3.000 |
40 semanas | 3.200 | 4.000 |
A tabela de percentil fetal de hadlock ajuda a identificar fetos pequenos para a idade gestacional (PIG) ou grandes para a idade gestacional (GIG).
Aplicações clínicas do método de Hadlock
1. Gestantes com risco de CIUR
Em gestantes com histórico de CIUR ou fatores de risco, como hipertensão ou diabetes gestacional, o método de Hadlock permite o monitoramento detalhado do crescimento fetal.
2. Avaliação da macrossomia
Para gestantes com diabetes mellitus gestacional (DMG), o método ajuda a prever complicações relacionadas ao peso fetal elevado, como distócia de ombro.
3. Decisão da via de parto
Com base no peso fetal estimado, os médicos podem planejar cesariana em casos de macrossomia extrema ou considerar parto vaginal assistido em casos de CIUR.
Limitações do método de Hadlock
Embora amplamente utilizado, o método de Hadlock possui limitações:
Erro de estimativa: Pode variar entre 10-15% dependendo do operador e da qualidade do equipamento ultrassonográfico.
Condições maternas: Obesidade ou anormalidades uterinas podem dificultar medições precisas.
Variações populacionais: A fórmula original foi baseada em populações específicas e pode não ser tão precisa para outros grupos étnicos.
O futuro do método de Hadlock
Com os avanços na ultrassonografia e no aprendizado de máquina, ferramentas baseadas no método de Hadlock têm sido aprimoradas para integrar algoritmos mais sofisticados e bancos de dados populacionais amplos, aumentando sua precisão e aplicabilidade global.
O método de Hadlock permanece como uma referência essencial na prática obstétrica moderna, permitindo aos médicos monitorar o crescimento fetal com maior precisão e planejar cuidados individualizados para gestantes.
Apesar de suas limitações, ele continua sendo uma ferramenta indispensável, especialmente quando combinado com outras avaliações clínicas e tecnológicas.
Se você deseja incorporar essa prática no seu dia a dia, utilize nossa calculadora de percentil fetal de Hadlock para maior eficiência e confiabilidade na estimativa do peso fetal.