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Pneumonia Adquirida na Comunidade | Escores de CURB-65 e CRB-65

Foto do escritor: Carlos FelipeCarlos Felipe

Atualizado: 9 de nov. de 2024

A Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo inteiro, especialmente em grupos populacionais vulneráveis, como idosos, crianças pequenas e pessoas com condições médicas subjacentes. Para nós, profissionais de saúde é essencial entendermos mais profundamente essa condição, desde sua epidemiologia até suas abordagens diagnósticas e terapêuticas.


A PAC pode afetar indivíduos de todas as idades, mas certos grupos populacionais têm um risco aumentado, incluindo idosos com mais de 65 anos (agrupo de extrema significância para os scores, conforme veremos abaixo), crianças menores de 2 anos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e insuficiência cardíaca congestiva. A incidência de PAC varia sazonalmente, com picos durante os meses de inverno, e também varia de acordo com fatores geográficos e socioeconômicos.


No Brasil, De acordo com o Ministério da Saúde, foram 44.523 mortes por pneumonia de janeiro a agosto de 2022, e no ano de 2023 foram registradas pouco mais de 31.000 falecimentos devido ao quadro.

A PAC pode ser causada por uma variedade de agentes infecciosos. Os agentes bacterianos mais comuns incluem Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae bactérias atípicas (isto é, Chlamydia pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae e espécies de Legionella), enquanto os vírus respiratórios, como o vírus influenza e o vírus sincicial respiratório (VSR), também desempenham um papel significativo, especialmente em crianças e adultos mais jovens.

Fonte: MSD Manuals

Em amarelo, informação retirada do MSD Manuals, disponível no link: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/pneumonia/pneumonia-adquirida-na-comunidade. Acesso em 2 de maio de 2024.

Os sintomas clássicos de PAC incluem febre, tosse produtiva, dispneia, dor torácica pleurítica e sintomas sistêmicos, como calafrios e sudorese. No entanto, o quadro clínico pode variar consideravelmente de acordo com a idade do paciente, comorbidades subjacentes e agente etiológico.


Em idosos, por exemplo, os sintomas típicos podem estar ausentes ou serem mais sutis, enquanto em crianças pequenas, a febre e a dificuldade respiratória podem ser os principais indicadores.


De acordo com a Sanar, os pacientes com PAC podem apresentar o seguinte quadro clínico: O paciente com PAC apresenta alguns sinais típicos no exame físico como:

  • Taquipnéia

  • Expansibilidade do tórax reduzida

  • Frêmito tóraco vocal (FTV) aumentado

  • Presença de estertores e roncos na ausculta pulmonar

  • Submacicez ou macicez à percussão


Além disso, é importante estratificar o quadro do paciente, utilizando os escores CURB-65 ou CRB-65, disponíveis abaixo:

É crucial ressaltar que a avaliação clínica é o principal critério para decidir sobre o local de tratamento. Os escores servem como um guia, mas a avaliação é soberana.


Indivíduos idosos (>65 anos), portadores de comorbidades, taquipneico, com sinais de infecção generalizada ou possibilidade de piora iminente do quadro devem ter uma atenção maior, e provavelmente convém ter atendimento intrahospitalar. Além disso, o contexto social também é relevante, tendo em vista possibilidade de agravamento do quadro ou não seguimento do tratamento.


O fechamento do diagnóstico de PAC baseia-se em uma combinação de achados clínicos, exames laboratoriais e exames de imagem. A radiografia de tórax (RX) é frequentemente utilizada como ferramenta diagnóstica inicial, mas a tomografia computadorizada (TC) de alta resolução pode se ver necessária em casos de diagnóstico ambíguo ou complicações pulmonares.


A identificação do agente etiológico geralmente requer cultura de escarro, hemocultura, teste de antígeno urinário e, em alguns casos, aspirado traqueal ou biópsia pulmonar.


O tratamento empírico precoce com antibióticos de amplo espectro é essencial na conduta inicial da PAC, especialmente em pacientes gravemente enfermos ou com fatores de risco para infecções por agentes patogênicos resistentes.



A escolha do tratamento por antibióticos deve levar em consideração fatores como a gravidade da doença, idade do paciente, comorbidades e epidemiologia local de resistência antimicrobiana. Em casos de PAC de provável origem viral, o tratamento é principalmente o suporte, com ênfase na hidratação, controle da febre e oxigenoterapia, se indicado.


As complicações da PAC podem incluir sepse, insuficiência respiratória aguda (IRA), derrame pleural, empiema, choque séptico e falência de múltiplos órgãos. O prognóstico varia de acordo com a gravidade da doença, presença de comorbidades subjacentes e resposta ao tratamento.


Em geral, o tratamento em tempo e adequado está associado a melhores resultados, enquanto atrasos no diagnóstico e terapia inadequada podem levar a complicações graves e aumento da morbitalidade.


A prevenção da PAC inclui medidas de higiene respiratória, como lavagem das mãos, cobertura da boca ao tossir ou espirrar e vacinação contra agentes infecciosos comuns, como Streptococcus pneumoniae e influenza. A vacinação pneumocócica é particularmente importante em idosos e pessoas com condições médicas crônicas, enquanto a vacina contra a influenza deve ser administrada anualmente, de acordo com as diretrizes nacionais.


Imagem que mostra pequena vila, representando provável local de infecção da PAC.

A Pneumonia Adquirida na Comunidade é uma condição clínica significativa que requer uma abordagem abrangente e multidisciplinar por parte dos profissionais de saúde. Uma compreensão profunda da epidemiologia, etiologia, quadro clínico, diagnóstico, tratamento e prevenção da PAC é essencial para garantir resultados favoráveis aos pacientes e reduzir o impacto global dessa doença respiratória grave.



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Fotos disponibilizadas por IA, Pexels ou Unsplash.

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